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O senador, que destinou R$ 5 milhões para a realização estudo, diz que medida pode alavancar economia do estado

Durante o lançamento do projeto “Potencial eólico offshore da Margem Equatorial Brasileira e o Potencial Energético do Amapá”, nesta segunda-feira (31), em Macapá, o senador Davi Alcolumbre (AP) disse que o estado deu um importante passo na busca por possíveis soluções para superar os gargalos na produção e fornecimento de energia elétrica.

O projeto é o maior mapeamento em curso no país para identificação do potencial eólico offshore, no mar. O Amapá é o principal contemplado no levantamento, que tem como foco a Margem Equatorial Brasileira.

A região total no centro do estudo corresponde a 38,6% do litoral do Brasil, incluindo o Rio Grande do Norte, líder nacional em geração eólica em terra e um dos potenciais polos de investimentos futuros em complexos eólicos offshore, com os primeiros jà à espera de licenciamento. Os estados do Ceará, Piauí, Maranhão e Pará também farão parte do projeto.

Um dos principais articuladores para identificar o potencial da produção de energia eólica no estado, Alcolumbre destacou ainda que, comprovada a capacidade do Amapá nesse tipo de exploração, governo e população ganham, juntos, com mais desenvolvimento, inovação e sustentabilidade.

“Estamos falando de mais qualidade na geração de energia elétrica, da criação de empregos e, consequentemente, de mais renda para as famílias, além, claro, do avanço na economia estadual, na inovação e na sustentabilidade”, destacou Alcolumbre.

Desde de 2020, ano que o Amapá sofreu seu maior apagão energético, o parlamentar luta para “que o estado não reviva um dos capítulos mais tristes de sua história”. Ainda em 2020, quando era presidente do Senado Federal, Alcolumbre e o ex-senador e atual presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, articularam com técnicos do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) a realização de um estudo sobre o potencial de energias renováveis do Amapá.

“Eu me lembro de que, na época, muitas medidas a curto prazo, necessárias, foram tomadas e imediatamente eu e o senador Davi já tentamos alinhavar soluções mais permanentes para o Amapá e que também gerassem desenvolvimento e projetassem o estado como uma potência energética que ele pode ser”, contou Jean Paul Prates.

O evento desta segunda-feira foi promovido pelo mandato do senador Davi em parceria com o SEBRAE, o governo do estado do Amapá e o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis, sediado no Rio Grande do Norte e considerado a principal referência do SENAI no Brasil em pesquisa, desenvolvimento e inovação em energia eólica, solar e sustentabilidade. O objetivo do projeto apresentado, cujo prazo de validade é de dois anos, é comprovar a viabilidade da implantação de torres eólicas em território amapaense e da costa equatorial.

Esse estudo sobre o potencial eólico viabilizará investimentos em toda margem Equatorial e, principalmente, no Amapá. Além do mapeamento do potencial eólico offshore da Margem Equatorial Brasileira, o projeto terá como resultado o primeiro Atlas Eólico e Solar do estado do Amapá. O senador Davi trabalha na publicação do Atlas com previsão de entrega para o ano que vem.

Davi foi o responsável pela destinação de R$ 5 milhões para a concretização do estudo. Além de Alcolumbre, participaram do evento o governador Clécio Luís; o secretário-executivo do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, Valder Ribeiro, deputados federais e estaduais, prefeitos e vereadores entre outras autoridades e lideranças políticas.

Antes do evento em Macapá, em outra parte da programação, Alcolumbre e o governador Clécio apertaram o botão que oficialmente pôs em operação uma das estações que irão medir os potenciais eólico e solar no estado. A estação foi inaugurada no SENAI, em Santana.

A estação de Santana lançada hoje é considerada a mais moderna da Margem Equatorial. “Temos o que há de melhor e mais moderno nesta nova estação”, acrescentou Alcolumbre.

Atualmente, seis municípios possuem a estação de medição de potencial eólico e solar – Laranjal do Jari, Oiapoque, Tartarugalzinho, Amapá, Porto Grande e Santana.

Mais economia para o estado

De acordo com o senador, com esse projeto, o Amapá está dando o “pontapé inicial” na vanguarda da agenda ambiental, da descarbonização, das energias renováveis e da transição energética.

“Nossa expectativa é de que, até 2024, o Brasil tenha determinado o seu potencial eólico da Margem Equatorial, com um ambiente legal para viabilizar a exploração da nova fronteira energética brasileira, capaz de alavancar a indústria naval, a indústria de energia e aerogeradores, gerando empregos e renda para a transformação de vidas e uma transição energética justa no nosso querido Amapá”, afirmou.

Outra meta do estudo, segundo Davi, é, confirmado o potencial eólico do Amapá, atrair mais investimento para o estado e aumentar a geração de emprego e renda para a população.

Também presente no evento, o governador Clécio Luís reconheceu o empenho do senador Davi para a “concretização de mais um sonho para o Amapá” e também ressaltou a relevância do projeto para o crescimento do estado e suas consequências para o desenvolvimento regional. “Daqui a um ano estaremos entregando um Atlas para que o setor privado possa investir no Amapá para gerar energia eólica e solar. E, com isso, criar emprego, renda e novas fontes de energia, notadamente renovável”, frisou o governador.

O diretor do SENAI-RN e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis, Rodrigo Mello, ratificou a necessidade do projeto para conhecer o real potencial do Amapá para a exploração de energia renovável. “Estamos apresentando o projeto, o início da operação, da instalação dos equipamentos que vão gerar os dados necessários, os levantamentos para se chegar ao potencial de geração de energia eólica e energia solar. Isso é muito relevante porque a qualidade e o volume de dados que existem na região ainda são baixos”.

O coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I) do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis, Antonio Medeiros, também acredita que o levantamento será primordial para compreender a integração energética da Margem Equatorial brasileira. “Nós damos agora o start das medições no Amapá e um aspecto fundamental disso é que medir variáveis climatológicas numa região que é bastante influenciada pelo clima da Amazônia contribui para que possamos entender toda a influência da Zona de Convergência Intertropical sobre o clima da Margem Equatorial”.

Apresentações

Durante o evento de lançamento do mapeamento, foram realizadas apresentações do diretor do SENAI-RN e do ISI-ER, Rodrigo Mello, do coordenador de P&D do ISI-ER, Antonio Medeiros, e dos pesquisadores do Instituto, Vanessa de Almeida Dantas e Jean Souza dos Reis.  Atividades já desenvolvidas e quais serão os produtos entregáveis aos brasileiros e especificamente aos amapaenses foram detalhados pela equipe.
Mello também apresentou resultados da análise “Impactos Socioeconômicos da produção de energia eólica nos municípios do Rio Grande do Norte”, desenvolvida pelo MAIS RN – Núcleo de Gestão Estratégica da Federação das Indústrias do RN (FIERN) – a pedido do SENAI.

O trabalho, explicou ele, mostra que municípios com parques eólicos instalados no Rio Grande do Norte deram um salto nos últimos anos em geração de riquezas, empregos e criação de negócios.